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Barcarena

Um pouco das nossas histórias...

Uma baleia é encontrada

No dia 2 de agosto de 1974, um filho de imigrantes italianos, chamado Genaro Apollaro, embarcou numa canoa a remo para cuidar de um forno de fabricação de carvão. Enquanto seguia, avistou um esguicho de água saindo do rio.

Desconfiou que fosse um boto, mas pelo tamanho seria outro animal marinho. Genaro retornou pra casa e contou sobre o que viu aos vizinhos. Na tarde do mesmo dia, os pescadores travaram uma batalha contra a baleia.

Moradores estavam ali, às margens do rio Mucuruçá, para ver a baleia. Para noticiar os fatos, a imprensa estava em peso com radialistas e jornalistas da capital paraense. Depois que a baleia chegou ao porto da cidade, foi arrastada para a rua fronteira à praça principal. Ali, foi retalhada e distribuída para a população.

Quem estava por ali vendo tudo e já formulando em sua cabeça uma canção, foi Joaquim de Lima Vieira, o Mestre Vieira (1934-2018). Com sua guitarra, e na voz de Dejacir Magno, surgiu a lambada da baleia, em 1979, muito conhecida pelos barcarenenses.

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CABANAGEM

Barcarena foi palco para as tramas que levaram às invasões de Belém em 1835. A cidade foi o local onde viveram e morreram os principais líderes da cabanagem e principalmente de onde saíram as populações humildes que participaram deste evento.

Ainda hoje é possível localizar em Barcarena famílias ligadas à Revolução de 1835-40, como Malcher, Pimentel, Dias, Vasconcelos, entre outros. Um dos episódios considerados marcantes para o início do movimento cabano se deu em Barcarena no dia 31 de dezembro de 1834, no furo do Arrozal, que na época era chamado de Atiteua

A Cabanagem foi uma revolta popular extremamente violenta, ocorrida de 1835 a 1840, na província do Grão-Pará. A rebelião tinha como objetivo a independência da região.

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Igreja São Francisco Xavier

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Engenho Cafezal

Em Barcarena existem várias ruínas de engenhos, arquiteturas desconhecidas nas margens dos rios estreitos de igarapés. Essas ruínas são de pedras lavradas. Algumas pesquisas tem mostrado que, desde o século XVII e XIV, espalhava-se nas terras do município mais de duas dezenas de engenhos construídos nos rios e igarapés.

Nasce Barcarena

Barcarena tem muito mais anos de existência do que se comemora. Antes de 1643, essas terras eram habitadas por tribos indígenas. Deste tempo até 1709 ocorreram as  missões jesuíticas: Missão dos Mortiguara e dos Gibiriés.

Em 1758 os jesuítas são expulsos e é criado o lugar de Barcarena e Conde. Em 1833, pela divisão interdistrital do município de Belém, Barcarena figurava como 6° distrito e Aicaraú o 7°. Em 1897, o projeto de lei do senado da Câmara de Belém eleva a povoação à categoria de Vila.

Barcarena teve a sua emancipação político-administrativa com o Decreto Lei n° 4.505, de 30 de dezembro de 1943, data que se comemora o aniversário da cidade atualmente. O município de Barcarena foi incluído na mesorregião metropolitana de Belém desde o ano de 2017.

Tem uma área de 1.310,588 Km2, distante 25 Km em linha reta da cidade de Belém. Limita-se ao norte com a baía do Guajará e o município de Belém; ao sul com o município de Moju e Abaetetuba; a leste com a baía do Guajará e o município do Acará e a oeste com a baía do Marajó.

Antes mesmo da chegada dos primeiros colonizadores, essa região era povoada por índios. Nas terras do atual município de Barcarena havia povos nativos que transitavam. Eles faziam parte do tronco tupi. Espalhavam-se por esta vasta região os Gibirié, os Mortiguara e outros tantos.

Habitavam as margens dos rios, alimentando-se daquilo que a natureza lhes oferecia. Não conheciam instrumentos mais sofisticados.  Por volta do final do século XVII, as terras dos indígenas foram ocupadas pelos europeus. Na fronteira da baia do Marajó, assentava-se a missão religiosa de Mortiguara, na atual Vila do Conde.

No estreito canal da aldeia do Gibirié, recebia em forma de sesmaria (lote de terra que os reis de Portugal cediam para cultivo), o português Francisco Rodrigues Pimenta, uma légua de terras, criando a Fazenda Gibirié, primeira povoação de Barcarena, localizada na atual Vila de São Francisco Xavier.  

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Nossos heróis

Esse religioso era influente entre as populações humildes por ser contra o governador da época Bernardo Lobo de Souza. Sua morte ocorreu quando fugiu das perseguições ordenadas pelo governante ao cônego. Depois de vários dias escondendo-se na casa de amigos, o cônego pediu abrigo na Fazenda Boa Vista, do padre Eugênio de Oliveira Pantoja, que ficava no furo do arrozal.

Já muito abatido, ali adoeceu em função de um ferimento no rosto causado por uma espinha carnal que ele cortou quando fazia a barba na Fazenda de Amanajás. O corpo do cônego foi sepultado em Barcarena nos arredores da Igreja de São Francisco Xavier, conforme costume da época.

Conego Batista Campos

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